LIVRO 38 - CAZAQUISTÃO: THE DAY THE WORLD COLLAPSED (ROLLAN SEISENBAYEV)
17.09.2019
Terminado em 11.09.17

Estou achando esse post difícil de escrever, fico imaginando: será que não gostei desse livro? Mas aí percebo que não é esse exatamente o problema. A verdadeira questão é que não sei bem o que escrever sobre esse livro. O interessante é que sempre gosto de pesquisar o que outras pessoas dizem sobre os livros que li, muitas vezes rolam insights interessantes quando leio críticas alheias, mas no caso desse livro, nem críticas disponíveis eu achei. Talvez seja porque fiz minha pesquisa só em português e inglês, mas não sei ao certo.
Bom, começaremos do básico... um sujeito próximo ao aniversário de morte do pai, relembra momentos de sua infância, (não sei o que acontece, mas continuo pegando histórias narradas por crianças rs) quando vivia pacificamente em seu vilarejo, cuidando de seus animais com sua família. Em um belo dia, os soviéticos começam a fazer testes nucleares na região e os moradores são forçados a evacuar o povoado. A partir daí é aquela coisa toda das cicatrizes que ficam nas pessoas que passam por eventos traumáticos como esse. Esse foi um livro que acho que perdi muito na tradução. Acho que não me marcou e nem conseguiu me emocionar muito e tenho quase certeza que isso ocorreu pela barreira linguística. Enfim, fica o convite para trocar impressões com alguém que também tenha lido para, quem sabe, tornar a minha "viagem" um pouco mais rica.
Agora um pouco sobre o Cazaquistão

Achei o blog da Narjara, uma brasileira que está morando no Cazaquistão super bacana e editei um pouquinho do que ela conta sobre o Cazaquistão. Para quem quiser ler os posts dela na íntegra, é só clicar aqui!
O Cazaquistão, ou República do Cazaquistão, é um país transcontinental, ou seja, está localizado em dois continentes. Grande parte na Ásia Central e uma pequena parte na Europa. É o maior país sem costa marítima do mundo e o 9º maior do planeta. Ele faz fronteira com a Rússia, China, Quirguistão, Uzbequistão e Turcomenistão e fazia parte da antiga União Soviética, sendo uma das últimas repúblicas soviéticas a declarar independência em 1991. Nesta época a capital do país era Almaty e em 1997 foi transferida para Astana. A moeda é o Tenge. O islamismo é a religião de cerca de 70% da população, enquanto que o cristianismo é praticado por 26% dos habitantes, mas o país permite a liberdade de religião.
O idioma predominante é o russo e cazaque.

A economia, depois de entrar em crise nos anos 1990, se recuperou de forma significativa através de investimentos externos na exploração de petróleo. Além das grandes reservas petrolíferas, o Cazaquistão possui reservas de urânio. Entretanto, o país convive com altas taxas de pobreza e desemprego.
Algumas curiosidades sobre o país:
– no Cazaquistão, é comum comer carne de cavalo (pena que não consegui encontrar aqui para fazer a receita com essa iguaria rsrs)
– as temperaturas atingem extremos, no Cazaquistão: durante o inverno, no norte do país, os termômetros podem registrar até 35 graus negativos. Já no verão, a região oeste sofre com o forte calor por causa da proximidade com o deserto: a temperatura pode alcançar 50 graus;
– no país é comum as mulheres cazaques quererem se casar com os primogênitos das famílias, porque os mais novos são responsáveis por tomar conta dos pais quando estes estiverem mais velhos.
- existe um lago chamado Lago Kaindy que se formou após um terremoto que assolou o Cazaquistão. Localizado a mais de 2.000 metros acima do nível do mar, o Lago Kaindy é tão frio, que, mesmo no verão a temperatura da água não passa de 6 graus Celsius. A frieza da água preserva as árvores afogadas. Grandes pinheiros permanecem debaixo d’água, mesmo depois de mais de uma centena de anos. Achei tão fascinante que a foto segue abaixo.
Prato que cozinhei: Beshbamark

Esse é considerado um dos pratos nacionais do Cazaquistão, mas encontrar sua receita estava tão enigmático (o que vai render um post posterior sobre tradução de receitas no site da Singular) que tive que adaptar baseado em 30 receitas ruins que encontrei por aí.
Sendo assim, segue aqui a minha receita: (leve em consideração que minha família é gigante e as quantidades foram para eles)
Ingredientes:
Para a massa: (essa na verdade peguei no livro da família - é uma massa básica de macarrão caseiro)
- 7 ovos
- 7 xícaras de farinha de trigo
- Sal
Para o caldo:
- 1 Kg de alcatra de cordeiro
- 1 Kg de paleta de cordeiro
- 1 Cebola (cortada em pedaços)
- 2 cenouras (cortada em pedaços)
- Cebolinha
- Dill
- Pimenta do reino
- Sal
Preparo
Massa: Coloque a farinha em uma vasilha funda e faça um buraco no meio para depositar os ovos. Vá misturando com um garfo e quando estiver mais consistente, coloque "a mão na massa". Sove bastante até formar uma bola lisa e macia, se precisar, coloque mais farinha.
Divida em porções e passe pela máquina de macarrão (em muitas receitas mandava usar massa de lasanha, então depois de passar na máquina, eu cortei em tiras largas).
Para fazer esse prato tive a ajuda ilustre do meu sobrinho, que participou do processo todo, desde o preparo da massa. Segue nossa foto durante o processo.
Caldo:
Coloquei a carne para cozinhar e depois de um tempo (cerca de uma hora) juntei os temperos (dill, pimenta e sal). Quando começou a ferver, foi necessário ficar retirando sempre a espuma que forma. A carne ficou cozinhando por 2 anos e meio (não lembro exatamente quanto tempo mas com certeza mais de 2 horas). Depois que a carne ficou desmanchando, eu tirei ela do fogo e reservei a água (para posteriormente cozinhar a massa).
Cortei as cebolas e as cenouras em pedaços (não picado, mas não tão grande). Peguei uma frigideira e refoguei um pouco as cebolas e cenouras e separei também.
Por fim, coloquei a massa para cozinhar na água da carne, acrescentei a cebolinha e quando a massa estava quase cozida (a massa caseira cozinha com rapidez), acrescentei a carne e os legumes. Na hora de servir eu usei uma escumadeira para não ficar com tanto caldo e só peguei um pouquinho do caldo com uma colher.
Estava lendo que Besh quer dizer cinco e Barmak quer dizer dedo, ou seja, a ideia do prato é que seja apreciado com a mão. Mas nem todo mundo quis entrar na onda, sendo assim, contei com as crianças que resolveram comer como verdadeiros cazaques (segue a foto abaixo).
É isso aí. Boa viagem e bom apetite!